O lixo e a compostagem em larga escala

Muitas mudanças devem ocorrer a favor da preservação do meio ambiente e, felizmente, algumas delas já estão acontecendo; como por exemplo, acabar com os lixões. Creio que estamos consideravelmente próximos de atingir esse objetivo.  

Ao contrário dos aterros sanitários, os lixões não possuem nenhuma cobertura e tratamento do solo, causando assim a contaminação da terra e dos rios, liberando gases nocivos, além das mais diversas doenças provenientes da proliferação de insetos e roedores.

Melhor ainda será quando pudermos pular a etapa dos aterros  e investirmos com força na reutilização e reciclagem desses resíduos, pois  geram emprego e renda, atendendo aos três pilares da sustentabilidade: o social, o econômico e o ambiental -que devem agir de forma holística.

Coleta a vácuo de resíduos sólidos    

Não sabemos o que fazer com o lixo?
Não quero fazer compostagem doméstica... E daí?

Na caminhada, com o  apoio fundamental da ciência, da tecnologia e de ideias inovadoras, problemas causados ao meio ambiente (incluindo o próprio processo de reciclagem de alguns produtos) serão sanados. Estamos aprendendo... 

Reduzir, reutilizar e reciclar

Os R´s (erres) sustentáveis como reduzir, reutilizar e reciclar, devem fazer parte de nosso cotidiano, mas não apenas em nossas residências; obviamente também devem estar no plano das empresas (privadas e públicas), nas escolas que formam nossos filhos e nos projetos  dos profissionais que irão administrar esses empreendimentos. E, lógico, nas ações e programas da administração de nossas cidades, estados e país. Sim, já sabemos disso tudo, mas ainda falta um bocadinho para chegarmos aos 100% de  prática.

Uma horta, duas hortas, terra, adubo e seis bombons 

O caminho do lixo

Felizmente a realidade do lixo está mudando em várias cidades. Os avanços nas leis e normas ambientais do país, graças aos inúmeros especialistas e profissionais envolvidos com a questão, estão contribuindo para essas mudanças positivas. 

A sociedade está cada dia mais ciente e com uma nova visão sobre a importância da preservação e relação com o meio ambiente.

Podemos transformar as montanhas de lixo que estão a céu aberto causando diversos males, em diversos benefícios. Aliás, talvez chegue  um momento em que produtos e embalagens estejam com uma tecnologia tão avançada que nem falaremos mais sobre lixo e reciclagem. Mas até lá...

...Um dos caminhos para esses benefícios é a compostagem

Há bilhões de anos, desde o surgimento dos microorganismos decompositores como bactérias, fungos e protozoários, a natureza faz compostagem. Os chineses a praticam há mais de cinco mil anos. Compostagem é riqueza. Um povo que pratica essa técnica possui sábia compreensão da Lei de Lavoisier

Coleta Seletiva: lixo em container fashion ou "brega", qual a diferença?

Os lixões e o biogás

O composto (adubo) obtido a partir de restos orgânicos como sobras de cultura, dejetos de animais, frutas, verduras, etc, enriquece e protege o solo e faz gerar plantas saudáveis.

Alguns exemplos de cidades que praticam compostagem em larga escala

Centro de Triagem e Compostagem de Tibagi

O Município de Tibagi, no interior do estado do Paraná, inaugurou há três anos o Centro de Triagem e Compostagem de Tibagi e o programa Recicla Tibagi (resultado de estudos e formatação de projeto desde 2007).  Além da destinação correta para os resíduos sólidos, a proposta também realiza campanhas de conscientização da população e valorização de trabalho dos Agentes Ambientais (Catadores de materiais recicláveis).

O projeto Recicla Tibagi, que já é referência nacional, está conseguindo reaproveitar em média, 75% de todo o lixo e transformá-lo em renda para os profissionais da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis. E no seu segundo aniversário inaugurou a primeira de três estufas, para a produção de flores ornamentais.

O adubo proveniente da compostagem dos resíduos orgânicos, além de ser comercializado na região, também adubará as flores da estufa. Ou seja, mais um novo negócio, mais emprego, mais renda.

Em um dos vídeos que assisti sobre esses projetos é salientado que se trata de uma ideia simples e barata de ser implementada, e os benefícios são múltiplos: geração de renda; preservação do meio ambiente; valorização e respeito pelo cidadão, seu trabalho e qualidade de vida.

Mais informações Tibagi, selo de cidade limpa 

 São José do Rio Preto faz compostagem há mais de 20 anos

Faz mais de 20 anos que na cidade de São José do Rio Preto, no interior do estado de São Paulo, o lixo tem destinação correta e parte dos resíduos orgânicos é transformada em adubo em larga escala e vendido para os produtores rurais.

Neste artigo  A importância da usina de compostagem de São José de Rio Preto, publicado em 2010 e de autoria do engenheiro José Mário Ferreira de Andrade, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) é abordado pontos importantes e que talvez estejam entre os motivos pelos quais muitas cidades ainda não aderiram a projeto igual ou similar.

Cada caso é um caso e, portanto, cada cidade, uma situação; mas são várias as soluções para a questão do lixo.

Os EUA e o Centro de Compostagem

Nos EUA, em uma cidade da Costa Leste, foi inaugurado no final de 2009 o Centro de Reciclagem Orgânica de Wilmington, com o objetivo de produzir adubo em escala industrial, com os resíduos desviados dos aterros.

Mais informações aqui: Centro de Compostagem no EUA quer lucrar com o desperdício.

Bom é perceber que estamos compreendendo que esses temas devem ser tratados com seriedade e competência. Para isso, precisamos que seja  investido cada vez mais em profissionais qualificados e que estejam à frente de projetos que busquem a sustentabilidade.

Educação, ciência, inovação, eficiência e tecnologia com visão sustentável

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